domingo, 12 de outubro de 2008

Envolvimento ou não envolvimento? Eis a reflexão!



A reflexão sobre a vivência do cotidiano educativo gera envolvimento nos educadores e responsáveis pelo fazer pedagógico

O encantamento para com a educação pública municipal de Irecê, foi o que me incentivou e motivou a buscar subsídios que me levassem a uma reflexão sobre o envolvimento do educador para com a educação.

O encantamento, o qual me refiro, é aquele que gera interesse, motiva e incentiva o educador a querer descobrir os motivos que o levaram a se envolver ou a se descobrir como um não envolvido para com a educação pública. Descobrir saberes e não saberes, transformar-se em um pesquisador, torna o profissional em educação num agente da reflexão sobre paradigmas, concepções atreladas ao processo ensino-aprendizagem. Segundo a professora Ângela Paiva, “os artigos de Schön, nos convida a desenvolver a capacidade reflexiva sobre a nossa prática, fundamentando o conceito de professor reflexivo” (2003, p.16)

No desenvolver deste ensaio, evidenciado principalmente a partir do primeiro parágrafo, representado pelo título, “Profissionais desinteressados: a quem envio?” procuro enfocar o grupo que compõe a educação e, a sua “contribuição” para com quem interessa em ser um profissional reflexivo.

“Em diversidade de opiniões: qual dela defendo e qual adéquo às minhas”, foi um outro meio que encontrei para demonstrar a presença da alteridade e os subgrupos que fazem a educação e a sua contribuição para a reflexão sobre a prática.

Sob o título “a escola que o diretor deseja” procuro contrastar a concepção que defendemos com a realidade das escolas públicas do município de Irecê.

“Metamorfose: velha opinião formada.” É a “chamada” para uma reflexão acerca do que “aprendemos ontem e defendemos hoje” sem levarmos em conta o pensamento daqueles que nos motivaram, se ainda continuam com os mesmos pensamentos, é o “de olhar a educação que fizemos” com os nossos próprios olhos”.

Chegando então a conclusão não concluída, cujo enfoque maior é a relevância de tudo do que aqui foi colocado terá para o educador que pretende transformar a sua prática. Juntando a reflexão da ação de Isabel Alarcão e a reflexão na ação de Donald Schön, podemos então chegar a um denominador comum que poderá ser explicado por estas palavras: “profissionais capacitados aprendem a conduzir experimentos sobre a concepção nos quais eles impõem um tipo de coerência à situações caóticas e, por conseguinte, descobrem conseqüências e implicações das concepções que escolheram” (SCHON, 2000, p.123)

Profissionais desinteressados: a quem envio?

Sempre nos deparamos com este tipo de frase: “como professor tal é desinteressado”. Dês-interessado, “des”, segundo o dicionário de Sérgio Ximenes, significa separação, negação, transformação. Lembrando as palavras de uma psicóloga do acelera que disse: “des-interesse, poderia ser entendida como a falta de interesse de dois lados”. Na época ela falava do professor e do aluno, isso quando o “desinteressado” seria o aluno.

Se pegarmos o significado dado por Ximenes, podemos então, dizer que um profissional desinteressado, é um profissional em um estágio de transformação.. ele não tem os mesmos interesses que tenho, mas, certamente, poderá ter outros que não tenho, do mesmo modo que o acho desinteressado, ele também poderá ter a mesma opinião ao meu respeito.

A quem envio? Eis um questionamento que nos leva a uma reflexão que envolve todos que fazem parte do fazer educativo. Se envio o “profissional desinteressado” para uma determinada instituição educativa, estou simplesmente afirmando que: “ele não é desinteressado”. Porque se assim não fosse, não lhe confiaria uma sala de aula ou “somos todos iguais, cada uma faz a sua maneira do jeito que pode”.

Ao depararmos com a primeira situação, faz-nos refletirmos sobre as palavras de Schön quando nos fala sobre o conhecer-na-ação, antes de chegarmos a reflexão-na-ação. A reflexão sobrte o processo ensino-aprendizagem sempre temos como foco o aluno e ou as características que o educador deverá ter. Voltarmos o nosso foco de estudo para o profissional poderemos, então, estar dando uma outra visão para esse “rótulo de desinteressado”. O que nos responderia um “profissional desinteressado” acerca dessa questão? Certamente iria nos mostrar pelo que se interessa e com certeza, nós que passaríamos a ser desinteressados. “(...) o conhecimento está nas entrelinhas do saber lidar com todos os elementos e do construir a prática educativa” (PAIVA, 2003, p. 49) e se levarmos em conta as Inteligências Múltiplas de Gardner, teríamos, nada a mais a fazer do que, negarmos a existência do “profissional desinteressado” no seio do fazer educativo.


Diversidade de opiniões: qual defendo e qual adequou às minhas?

A globalização no conto “o gato e o rato” me faz lembrar a nossa educação, falamos a mesma língua, mas não entendemos o que falamos juntos. Muito se fala em inclusão, conviver e aceitar as diferenças, autonomia.... são tantos os temas presentes na realidade educativa.... Percebe-se que "envolvimento" muitas vezes poderá servir de disfarce para um antigo conhecido do fazer educativo: "o autoritarismo".

Ao chamar a atenção para a parte da educação, identifico três grupos existentes na educação:
Grupo dos que estão na educação mas não fazem a educação;
Grupo dos estão, fazem, mas não se sentem responsáveis pela educação;
Grupo dos grupos que estão, fazem e são responsáveis pela educação.

O 1º grupo é aquele formado pelas pessoas que desempenham apenas o papel na função que exercem. São aquelas pessoas que, enquanto estamos defendendo a inclusão digital, elas vão lá e “zap”: colocam um imenso cartaz dizendo: “proibido entrada no setor de digitação. Grato à direção”. Ou então defendemos, o respeito às diferenças, o apoio ao aluno, dito, “pertencente ao grupo de risco” e no instante que um aluno desse grupo sai, passa a defender os seus direitos, logo é desrespeitado enquanto cidadão no exercício da sua cidadania, ou pior, não acreditam e até discriminam.

O 2º grupo á aquele é aquele em que as pessoas envolvidas ajudam em tudo, lutam pelo sucesso da educação pública, mas, no momento de “botar a mão na massa” usam logo aquela história do pardal ao apagar o incêndio na floresta: “-já fiz a minha parte”.

O 3º grupo diz respeito a todos aqueles que fazem, vivem e são responsáveis pela educação, mas fazem tão bem, que terminam monopolizando tudo, defendem o tão conhecido “corporativismo” e no último instante tornam excelentes egocêntricos: “meus alunos”, “meus professores”, “minha escola”...enfim, tudo será feito em nome “daquele tão grande envolvimento” que termina por não se colocar no lugar do outro, não respeitar uma idéia diferente da sua, “critica cada pessoa e não as sugestões”...é o manipulador de “carterinha”

Esses três grupos não estão envolvidos para com o fazer educativo? E, afinal o que é estar envolvido?

E mais uma vez a situação do espaço para a reflexão sobre a prática “podemos refletir sobre a ação, pensando retrospectivamente sobre o que fizemos de modo a descobrir como o nosso ato de conhecer-na-ação pode ter contribuído para um resultado inesperado” (SCHON, 2000, p.32).


A escola que o diretor deseja

Durante todos esses anos, o que mais ouvimos dos educadores foi: “defender uma escola que forme sujeitos autônomos, pensantes e críticos” como seria essa escola? Quem seriam esses educandos? Que professor trabalharia nessa escola? Se acredito que cada aluno aprende de uma maneira diferente, como então criar um objetivo único e igual para todos? Essa questão que tenho procurado defender a todo custo, é o que realmente acredito?

Se no instante que aceito que o aluno deva ficar retido de um ciclo para o outro, ou no momento que tenho tentado justificar as dificuldades do fazer pedagógico, não estarei sendo incoerente para com o tema defendido?

Se antes de defendermos um determinado objetivo, refletíssemos sobre tudo o que possa a ele estar relacionado, não estaríamos hoje, procurando culpar o outro pelo os nossos fracassos em sala de aula? É interessante, o quanto a fala de Edgar Morin se adéqua a essa situação: “É esforçar-se para pensar bem, é exercitar um pensamento aplicado constantemente na luta contra falsear e mentir para si mesmo, o que nos leva, uma vez mais, ao problema da cabeça bem-feita” (2004, p.61)

O que desejo e o que os alunos e alunas desejam está de acordo o desejo do diretor? Após essas reflexões, percebemos, o quanto estamos longe em conseguir para nós mesmos o que desejamos para os alunos e alunas. Tornarmos-nos e transformar-nos em profissionais reflexivos, poderá ser a chave do sucesso para todo educador que pretenda ser autor e ator do percurso e do fazer profissional no seu conhecimento.


Metamorfose: a velha opinião formada

O que aprendi hoje, posso defender amanhã dependendo de como gerencio e administro a minha formação. Ao não agirmos como professores pesquisadores, deixamos de dar vida às novas opiniões e concepções que defendemos. Posso estar adquirindo conhecimento a todo instante, mas desenvolver, aplicar e transformar esses conhecimentos, só poderá acontecer com um exercício disciplinado da reflexão da reflexão na ação. Para Alarcão
a mudança de que a escola precisa é uma mudança paradigmática. Porém, para mudá-la, é preciso mudar o pensamento sobre ela. É preciso refletir sobre a vida que lá se vive, em uma atitude de diálogos com o pensamento, o pensamento próprio e o dos outros (2001, p.15)

Acompanhar aquelas pessoas, as quais, fundamentaram a minha prática, torna-me um pesquisador em busca de novos paradigmas que influenciarão a prática educativa. Que novas concepções terão esses estudiosos hoje? No que mudaram? Ainda continuo acreditando e defendendo os mesmos conhecimentos e ou saberes adquiridos a oito anos atrás? Ainda vejo a educação como os mesmos olhos, ou a vejo com os olhos dos outros?


Conclusão

Refletir acerca de tudo o que foi colocado neste texto, me coloca na condição de um profissional reflexivo capaz de transformar as críticas em desafios que servirão para a construção de um novo paradigma já defendido por muitos estudiosos: a reflexão sobre a prática.

A reflexão, torna então, um aliado essencial da auto avaliação e uma preparação prévia para todo o profissional que pretenda usar a crítica como instrumento que ajudará no fazer profissional em prol de uma educação pública de qualidade.

O encanto e o envolvimento para com uma educação pública, só serão possíveis, a partir do instante que os desafios e os obstáculos não se transformarem em desencanto para o profissional da escola pública. O envolvimento e o compromisso para com essa realidade é o que causa encanto. A reflexao sobre o que aqui foi colocado transforma o fazer educativo em uma situação de envolvimento tal, que o desencanto encontrado dará lugar a um fazer reflexivo.

Pesquisa: O que é?


Conquistar a autonomia profissional perpassa pela pesquisa pois é através desse instrumento que será possível uma reflexão do que se faz para que a prática seja ressignificada. Sentir-se responsável pela formação é um outro aspecto que necessita de atualização constante e essa atualização só irá acontecer se o/a professor/a sentir-se pesquisador da/na prática, o “professor, quando pesquisa, investiga suas atividades docentes; ele tem por objetivo repensar a sua prática, a sua ação docente e os seus saberes, visando concretizar um processo de ensino-aprendizagem mais significativo para ele e para seus alunos” (FLORENTINO, 2005, p.06)

Lu Chu, sábio chinês, nos deixou como legado muitas verdades e uma dessas era a que defendia que os caminhos foram feitos pelo caminhar das pessoas. Esse constante caminhar pelo um mesmo caminho nos faz ver as coisas por um único olhar, e esse olhar torna tudo comum e mais fácil, mas ao se começar a refletir sobre o que sempre é visto se começa a perceber que “muitas vezes, o que aparentemente parece familiar, quando se ousa pesquisar, analisar e compreender, torna-se estranho, porque se sente, percebe-se e olha-se de um outro ângulo – o da exterioridade” (RANGHETTI, 2005, p. 6)

Tornar-se um professor pesquisador é dialogar com nossos não saberes buscando ajuda que possa compreender cada. O texto “pesquisar: o que é? De Pedro Demo vem, numa linguagem clara, demonstra aspectos relacionados à pesquisa, ao ato de pesquisar e o pesquisador. O primeiro parágrafo do texto poderá ser considerado o detonador para todas as reflexões contidas no texto. Reflexões que incentivam criticas às pesquisas. “(...) enquanto alguns somente pesquisam, a maioria dá aulas, atende alunos, administra.” (DEMO, 2002, p. 11)

Ser guiado a um caminho que, nos leve ao conhecido passando pelo desconhecido, criando, descriando, recriando, parando para poder seguir em frente; às vezes desconstruindo o que parecia ser construído, negando o que antes afirmava ou afirmando o que chegou a negar. Assim é o caminho da pesquisa.

Uma outra questão interessante é quando o autor nos leva a refletir sobre o resultado dessa prática, o pesquisador não interfere nos resultados, nos indicadores. É tão somente um questionador em potencial que não admite resultados definitivos. Talvez, nesse ponto esteja a razão pela qual, Pedro Demo defende o professor enquanto pesquisador. O professor pesquisador dificilmente estará satisfeito com os resultados obtidos na sala de aula. “O professor é quem, tendo conquistado o espaço acadêmico próprio através da produção, tem condições e bagagem para transmitir via ensino. Não se atribui a função a função de professor a alguém que não é basicamente professor” (DEMO, 2002, p. 15). Ao fazer o comentário acima referendado pela fala de Pedro Demo, tenho aqui o cuidado para não desprezar o cientista, principalmente, quando se percebe que muitos/as professores/as não levam a sério a posição que ocupa, sempre brincando de “batata que passa, passa” ou seja, fazendo o que Demo chama de fazedor de discípulos, reproduzindo de forma idêntica o que aprendeu.

Quando demo fala discípulo é interessante slientar que ele está se referindo ao discípulo acadêmico “domesticado para ouvir, copiar (...)” (DEMO, 2002, p. 17) e isso nos faz lembrar um outro fato que não poderia deixar de traçar aqui um paralelo: os discípulos da época de Cristo. Eles também estavam preocupados como certos discípulos principalmente quando exortaram ao povo se portar como cristãos de Beréia e não como cristão Tessalonissences, pois esses últimos recebiam tudo sem nada questionar, enquanto que os primeiros logo tentavam provar e ou questionar a veracidade dos fatos trazidos pelos discípulos.

Todos precisamos sair da condição de discípulo, precisamos entrar na condição do “bom teórico”, usar a hermenêutica como interprete primeira do nosso laboratório diário.

As belas inspirações...



Você entra sem pedir licença, sai sem ser notado, volta para desafiar. Você enrola, disfarça, enche o saco de todo mundo, vai de sala em sala, mente mais do que cachorro de preá (isso era meu pai que dizia) mas se fosse Lícia Beltrão defenderia como sendo o tal do exercício imaginário.

E os emoticons! Cada blz que dá até água na boca de um sapo cururu na época de seca nas cidades acima do nível do mar. sem não falar “daqueles” que fazem a nossa imaginação viajar em “busca da terra do nunca” como passageira ressurgindo do “dama de lotação” com versão adaptada para o século XXI.

Ah ia me esquecendo! Já observou como nós somos “advertidos” com determinadas frases que “se mal não fazem , que bem hão de fazer?” começando pelo “cabeçalho” das salas de bate papo “ o [...] exclui o guru sarado e lombriga_cam por estarem dificultando o papo nas salas”, mas se esquecem de três a mais “sacanets” que se juntam para desafiarem o clima da “desordem” do país da hipocrisia desvirginado pela sinceridade dos melodramáticos internautas netineiros.


Mas tem uma parte boa em tudo isso, até do “pior ruim se tira bom proveito”. Sabe qual a boa parte? O grande hipertexto desorganizado, que dentro de uma desordem cada um se entende do jeito que quer e como quer. é uma imensa arena de saberes para todo aquele que em cada pedaço do universo faz o seu ninho de inspiração particular.

Os escritores tinham a fama de ficarem reclusos para se inspirarem nas suas produções... eles não sabem o que estão perdendo, nessas salas você encontra todos os temas á sua disposição: românticos, sexuais, históricos, geográficos ... tem até questionário para investigadores de polícia!!!
De aprendentes de feiticeiros à pirata da madrugada, e assim nesse tráfego virtual onde tudo rola, vamos animar a festa, que festa? Digo a net fazendo um coro com a banda Calypso, pois é nas salas de bate papo “a gente faz amor [...] teclando até encontrar você, online vou te dar prazer[...]”

MINHA SANTA FULERAGEM

Ih, vixi maria! Ô meu! A tah! Num kai! Onde entrei mesmo? Ah não! Essa não! O quê? Se entrei? Entrei nu q? Entrei de gaiato, ah Tah! Entrei, “entrei de gaiato no naviu... êpa essa não! Fui infectada pelo vírus que contamina as salas de bate papo, causando uma epidemia pior do que dengue na época de verão! O que? Quem disse que tal epidemia tem controle? Hum, sei nau, até alguns “CDFs” estão se disfarçando! é o fantasma reaparecendo; o zorro, o cebolinha, sim até o cebolinha...aquele que não dá mais nem para imitar pois já ficou pra trás.

“Não é aconselhável a leitura do gibi do cebolinha para as séries iniciais.” Quem disse isso? Acho que alguém da vigilância “sanitária” da gramática normativa disfarçado de “BIO”, para defender a reputação de terceiros! E que terceiros!!! E agora? Até “cartilha” para comunicação na net já tem!!!


Mas o interessante mesmo é a diversidade lingüística, a mistura de raças, de cultura, é sintonia e o confronto dessas “vozes”, que para o “cientista” da língua, não seria somente um campo de pesquisa, mas também, um laboratório dentro de uma biblioteca virtualmente humana. Aí vou pra galera...”tem gente de toda cor, tem gente de toda raça...”

Do “bichim ao eita”, do baiano ao paulista, do carioca ao capixaba, o tu do gaúcho e do cearense se mistura que “tu não sabes” distinguir quem é quem! KKKKKK!Rsrsrsrsrs....! imagine o velho Raul,vivo, analisando com sua maluquice beleza inteligente o que será que sairia? “num planto capim guiné pra boi abana rabo, to virado no diabo to retado cum você”!

Faça um retorno ao passado lembre do que passava sempre antes de um programa de televisão na década de 70. Aparecia um troço no formato de um registro civil algo mais ou menos assim, acho que num me lembro bem ...” programa liberado pela censura brasileira...” é aqui que entro com tudo meu! “Faça o que quiseres, pois é tudo da lei, da lei...” isso só pra não dizer “que não falei das flores!”

AMOR NAO É AMOR

O amor não é divisível, não é simplificável, não é transferível, não é removível...
Então, se o amor não poderá ser tudo isso por que amamos os filhos, os pais, irmãos e não podemos ter dois "amores" ao mesmo tempo? É como se repetíssemos a frase: "se todos os homens são iguais por que escolhemos tanto"?
Sim, mas não esqueçamos da tipologia do amor: agape, fileo, heros... e aí, o que a tipologia do amor tem a dizer do amor que não é amor? Eu amo, nao amo, ele nao me ama, mas tu me amas, nós nos amamos, mas vós nao vos amais e eles? Ah! Eles? Eles se amam... não entendo nada da tal tipologia do amor...
Uns dizem que devemos amar com ardor e rigor, mas Escarle não aceita isso de maneira nehuma, para ele o "rigor sem liberdade é vazio, sensibilidade sem rigo é insignificante"! É uma verdade que não devemos negar, mas discuti-la... na prática... do amor claro... uns fazem amor, mas não fazem o amor... ih banalidades...
Um certo maluco afirmou que o "ódio não é o real é a ausência do amor"... sei não...cada louco com suas manias... amar... amor... sou mais aquele que defendeu..."devemos amar mais de um... " ou "O amor é como o tango. Para que a dança possa continuar, sempre algum dos dois terá que se abaixar! "

Assim, como me perdi na loucura do amor... vou me virando amando sem amar... tendo amor e nao dando amor... fazendo amor... mas nao construindo amor... é, é a festa da magia do louco amor!
Já não posso mais dizer que estou sem amar, estou me preparando, pois o amor já está a caminho, e enquanto ele não chega vou me virando, me inspirando nas múscas, nas palavras ditas e escritas... o amor está a caminho, vem bem devagar, como se não tivessse pressa, como se fosse provar a máxima: "o bom da viagem é a demora"!
( quem sabe... um dia termino de escrever sobre isto... comecei em 2006 ... agora estou em 2008... talvez em 2010)

RESENHA

SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000


A procura por obras que nos ajudem a refletir sobre a prática transforma o profissional em educação em verdadeiros “garimpeiros” de bibliotecas. Essa “garimpagem” quase sempre se dá por obras que realmente demonstrem de forma clara e que esteja diretamente ligada à educação e ou a sala de aula. Mas esse não é o caso do livro “Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem”, no qual o autor Donald Schön procura demonstrar a “reflexão-na-ação” através da arquitetura. Pode até parecer um pouco estranho trabalhar um tema como esse através de algo pouco conhecido para os educadores: “projeto arquitetônico”.

O autor utiliza de diálogos travados nas aulas de arquitetura entre instrutor e estudante para demonstrar a importância do refletir no fazer fazendo. À medida que se começa a entender os “diálogos”, o leitor passa a compreender a força do “pensamento arquitetônico” para a “reflexão-na-ação”. O perguntar, o responder, o fazer novamente, o explicar o feito, terminam por ser o resultado dessa reflexão facilitada pelo pensar arquitetonicamente. Essa metodologia adotada por Schön, em toda a extensão de sua obra, os diálogos ou parte deles, parágrafos sínteses de conversações entre instrutor e estudante, a reflexão acerca desses, possibilitam ao leitor uma leitura marcada pela compreensão da reflexão sobre a prática, facilitando assim, o estabelecimento de relação da teoria com a prática, encurtando então a distância entre esses dois pontos tão polemizados nessas últimas décadas


Nesse século do conhecimento, no qual, o refletir sobre o fazer “enquanto se faz”, o livro de Schön faz-se necessário nas mais diversas esferas do profissionalismo, seja ele, público ou privado. Fazer e fazer bem feito, é o resultado da reflexão sobre a prática em todas as suas dimensões. A mestra em educação, professora Ângela Paiva, faz uma alusão muito pertinente em seu livro “Educadores Reflexivos: escola feliz”, cabendo aqui destaca-lo por demonstrar a importância que é o livro “Educando o Profissional Reflexivo” para nós educadores: “(...) nós professores, nos artigos de Schön, somos convidados a desenvolver a capacidade reflexiva sobre nossa própria prática, fundamentando o conceito de professor reflexivo”. (2003, p.16)

O livro está dividido em quatro partes e essas se dividem em capítulos. A parte 1 “Compreendendo a Necessidade do Talento Artístico Profissional”, composta de dois capítulos. Nessa parte, o autor procura despertar o leitor para a necessidade da observação de um determinado problema, em busca de uma possível solução, na qual, sua análise será feita a a partir de fatos observados.
Nos capítulos 1 e 2, o leitor é estimulado ao desenvolvimento de habilidades em investigação e pesquisa, como sendo imprescindíveis fomentadores de situações-problema apontados na prática. Ainda nesses capítulos, temos a atenção voltada para algo que muitas vezes nos passa despercebido, que é a questão quanto a tomada de decisões sob condições de incertezas – que como disse ele – “que é o que não sabemos, e, mais uma vez percebe-se que o incentivo à prática reflexiva através de um projeto arquitetônico torna-se mais motivador do que se possa imaginar, talvez porque, a linguagem usada pelo autor por si só, já é um incentivo à reflexão. Linguagem do tipo “virando o problema de cabeça para baixo” já nos instiga a pensar sobre/no “fazer fazendo”

A parte 2 “ O Ateliê de Projetos Arquitetônicos como Modelo Educacional para a Reflexão-na-ação”, contendo cinco capítulos é um convite para que seja apreciada a exploração de uma “conversação reflexiva do design com seus materiais no contexto da elaboração do projeto de arquitetura”. É uma viagem onde o “vai-e-vem” do dialogo “zigzagueia” por entre os diálogos travados com instrutor e estudante. Nessa interação, observa-se que, o quanto é imprescindível que se conheça e que se saiba o que cada um está falando. Esse conhecimento de “zonas” é interessante para que o dialogo se torne em reflexão da prática. Quem pergunta precisa conhecer o que o seu interlocutor esteja fazendo, como está pensando para que os questionamentos possibilitem a reflexão-na-ação, é o pensamento arquitetônico colocado em favor da reflexão. É o próprio Schön quem afirma isto quando diz: “cada ação é um experimento local que contribui para um experimento global de reconstrução da concepção do problema”. (p. 55)

Esse diálogo entre instrutor e estudante impulsiona a uma cadeia de possibilidades que provocarão por sua vez a tessitura de uma “teia de ações”. Tudo isso possibilita, segundo o autor, a entrada do estudante no seio do problema, impondo seus próprios conceitos. Assim, para Schön, o “mostrar e o dizer do instrutor estão entrelaçados da mesma forma que o ouvir e imitar do estudante”. (p. 93)

A compreensão sobre esses pontos destacados, nos possibilita uma maior apreciação dos capítulos 3, 4, 5, 6, e 7 e conseqüentemente, maior vantagem se tirar da sua leitura:
· Prestar atenção à presente interação como um objeto de reflexão em si;
· Entrar em contato e descrever seu próprio processo, bastante tácito, de conhecer-na-ação;
· Refletir sobre as idéias que o outro tem do material substantivo que o instrutor quer transmitir e o estudante quer aprender;
· Testar o que se entendeu sobre o processo de conhecer-na-ação do outro e sua concepção da interação. Testar o que o outro fez de nossas tentativas de comunicação.
· Refletir sobre as teorias-em-uso interpessoais trazidas ao processo comunicativo.

“Como Funciona o Ensino Prático Reflexivo: exemplos e experimentos”, título da parte 3, formada por três capítulos. Schön, procura nos capítulos 8, 9 e 10 demonstrar o que se chama de “teoria da ação”. “Aprenda o que você já sabe fazer, para que possa escolher o que irá querer fazer” é a frase de ordem para que os estudantes sejam conduzidos ao ensino prático reflexivo. Mais uma vez o autor procura evidenciar a importância do conhecer-na-ação. Nessa parte do livro, o profissional é visto como um produtor de projetos, visto como um executor do conhecimento-na-ação, incluindo nesse ato, a capacidade de “construir o design” de sua execução.

Na última para da obra, Donald Schön destaca-a com este título sugestivo: “Implicações para o Aperfeiçoamento da Educação Profissional”.
Nos capítulos 11 e 12, assim como, nos demais capítulos anteriores, os dois últimos não poderiam de forma alguma, serem desviados do objetivo inicial do livro: a reflexão. A reflexão-na-ação foi o inicio e a reflexão sobre a reflexão-na-ação é o incentivo explícito na parte final. “A fenomenologia da prática – a reflexão sobre a reflexão-na-ação da prática - deveria entrar no ensino prático por meio do estudo da vida organizacional dos profissionais” (p. 234)

O exercício da reflexão sobre a prática, possibilita ao profissional fazer intervenções adequadas e nos momentos oportunos e isso certamente o levará a estudar e pesquisar sobre a sua própria prática.

Para não “ser tão diferente do normal” o último capítulo da parte 4, retrata fatos que se assemelham a realidade da educação hoje: novas mudanças, a coletividade em prol do sucesso, currículo ousado. Os desafios e os questionamentos até parecem com os que acontecem agora. Como em toda a extensão da obra, Schön, outra vez acertou ao usar “falas” em seu livro, e a seguinte, demonstra de forma simples até parecendo um “eco” do que se discute nas instituições educativas hoje. “(...) pessoas sentadas em torno de uma mesa, realmente questionando a forma como poderiam ensinar melhor”. (p. 243)

A cada página do livro, surpreende-se, pois até parece que o autor faz uma “leitura” do pensamento do educador. É por demais empolgante e motivador, além de prazeroso, ler aquilo que cada um está vivendo, para o qual procura resposta. Tentar perceber a sutileza contida em cada frase, e ou palavra nos induze a um caminho de reflexão sobre a reflexão-na-ação. Tentar se contagiar e trazer essas afirmações para o cotidiano, será a vontade de qualquer leitor que deseja educar-se enquanto profissional reflexivo:
“Tomar dados brutos e produzir algo sensível”.
“Escrever claramente sobre questões complicadas”.
“Lidar com pessoas que vêem o mundo de forma muito diferente e fazer com que algo aconteça”.
“Ser capaz de passar por questões interpessoais e políticas difíceis e manter-se fiel a idéias importantes”.
“Ser capaz de lidar com pessoas que discordam de você de uma forma produtiva”(p. 244)

As últimas páginas do livro, a angustia por experimentar um currículo novo, é mostrada de maneira quase poética, onde algumas vezes, a realidade do ambiente sobre o qual o livro foi escrito, e a realidade do leitor se misturam de modo que encontrar ou identificar cada uma fica muito difícil.

É a realidade da realidade vivida pelo educador, sendo “escancarada” pelo autor onde a reflexão é incentivada não só para o início da carreira profissional, “mas no decorrer dela de modo contínuo” (p. 249). São 250 páginas de profundo entusiasmo para todo aquele que vive a “garimpar” em busca da fortuna do conhecimento, acreditando que o mapa do tesouro é o currículo. Nessa jornada, em companhia de Schön, acontecerá com o leitor o que acontece com qualquer “garimpeiro” persistente: “o contágio”. É por contágio que a motivação e o encorajamento irão acontecer para que se possa “mergulhar de cabeça” nessa viagem para que se possa tornar um profissional reflexivo em busca do desenvolvimento do ensino prático reflexivo.